Vila Meã, uma terra com história...

Rua Raimundo Magalhães

Rua Raimundo Magalhães

(c) António José Queiroz

 

Situada em Real, a Rua Raimundo Magalhães começa no entroncamento da Rua Comendador Elísio Pereira Magalhães com a Rua de S. Brás e termina no início da Rua 5 de Outubro. Homenageia um ilustre cidadão vilameanense, grande benemérito, a quem a nossa terra muito deve.

De origens humildes, Raimundo Pereira de Magalhães (assim era o seu nome) nasceu no lugar de Benfica, em Real, no dia 10 de Fevereiro de 1871. Era filho de José Ferreira e Justina de Jesus, neto paterno de António Ferreira e Ana Joaquina e neto materno de Joaquim Pereira de Magalhães e Tomásia Rita.

Ainda muito jovem embarcou para o Brasil (Bahia) onde começou por se dedicar ao comércio. Foi fundador da Sá Ferreira & Magalhães, em sociedade com Domingos de Sá Ferreira. Esta firma transformar-se-ia mais tarde na Magalhães & C.ia, a maior empresa do norte e nordeste brasileiro, e a maior do Brasil na produção e comercialização de açúcar. Em 4 de Fevereiro de 1929, no Rio de Janeiro, onde então residia, Raimundo Magalhães fundou (com alguns familiares) a Sociedade Anónima Irmãos Magalhães, com um capital inicial de 140 contos.

A sua extraordinária visão para os negócios proporcionou-lhe a acumulação de uma grande fortuna, que compartilhou em várias obras mecenáticas e de beneficência. A ele se deve a construção da Escola de Real, para a qual os seus herdeiros vilameanenses ficavam obrigados a contribuir com 15 contos anuais, garantindo assim a sua manutenção. Aos pobres da freguesia de Real seriam distribuídas esmolas mensalmente, bem como um conto de reis em géneros em diversas datas do ano e pela Páscoa, assim como cobertores durante o Inverno. Para os mais necessitados destinou igualmente um conto de reis na data do aniversário da morte de sua esposa. No Natal haveria distribuição de roupas pelos meninos pobres da freguesia. Contribuiu também, significativamente, para a edificação da Igreja Nova de Real. A sua generosidade seria extensiva aos pobres da Bahia, a quem destinou anualmente três contos brasileiros, e assim deveria ser enquanto os seus filhos vivessem. À Santa Casa da Misericórdia de Amarante deixou o avultado legado de 50 contos.

Ao Cine-Teatro de Vila Meã, que teve uma forte comparticipação financeira dos seus herdeiros e familiares (tal como o Bairro Brasil), foi dado, muito justamente, o seu nome.

Raimundo Magalhães faleceu em Lisboa, no dia 21 de Fevereiro de 1934. Está sepultado no cemitério de Real.

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