O Pelourinho de Santa Cruz de Riba Tâmega remonta muito provavelmente à época em que os Paços do Concelho foram edificados, isto é, aos inícios do séc. XVII. Recorde-se que uma antiga inscrição no patim da escadaria do edifício referia que “esta obra se fez no ano de 1607 sendo juiz Luís Simão Fernandes”.
(Pelourinho e Antigos Paços do Concelho de Sta Cruz de Riba Tâmega - Foto Torcato Bessa)
Quando o concelho foi extinto (24/10/1855), em sinal de protesto, a população desmantelou o Pelourinho e arrancou o brasão com as armas dos Castelos Brancos (os senhores do concelho), que estava colocado por cima da porta do referido edifício, sendo as pedras escondidas na Casa da Quintã. No terreiro desta casa ainda permanece o dito brasão.
(Brasão de Santa Cruz de Riba Tâmega)
Por iniciativa do Eng. Pedro Alvellos, que foi presidente da Comissão de Turismo da Serra do Marão e vereador da Câmara Municipal de Amarante, o Pelourinho, que é considerado imóvel de interesse público pelo Decreto nº 23122, de 11/10/1933, foi recuperado na década de 50 do século passado. Do original restavam apenas a base, a coluna e parte do colunelo do meio, que servia de pé a uma mesa.
Na sua forma actual, o Pelourinho, todo em granito, é composto por: Plataforma de três degraus quadrados;
Base, de degrau quadrado, com bordos superiores chanfrados; Coluna cilíndrica, lisa, tendo no topo um pequeno anel saliente;
Remate por ábaco quadrangular, de forte espessura, tendo quatro elementos cantonais, constituídos por base prismática quadrangular, com remate piramidal. Ao centro emerge volumoso tronco de pirâmide quadrangular, apoiada em base prismática de pequena dimensão.
(c) António José Queiroz
Bibliografia:
E. B. de Ataíde Malafaia, Pelourinhos Portugueses – Tentâmen de Inventário Geral, Lisboa, INCM, 1997.
Francisco Xavier da Serra Craesbeeck, Memórias Ressuscitadas da Província de Entre Douro e Minho no ano de 1726, 2 vols., Ponte de Lima, Edições Carvalhos de Basto, 1992.