Vila Meã, uma terra com história...

Os Primórdios do Futebol em Vila Meã - O SANTA CRUZ SPORT CLUB

OS PRIMÓRDIOS DO FUTEBOL EM VILA MEÃ

O SANTA CRUZ SPORT CLUB

(c) António José Queiroz

 

Na edição do dia 6 de Janeiro de 1924, pág. 2, o jornal Flor do Tâmega, através do seu correspondente em Vila Meã, Arcar (pseudónimo de Armando Cardoso), publicava o seguinte comunicado:

 

Futebol

O Santa Cruz Sport Club empata 1x1 com o Figueiró Sport Club

 

“Perante uma enorme assistencia, e com a composição abaixo descrita bateram-se ontem, em desafio amigável, o Santa Cruz Sport Club de Vila-Meã com o Figueiró Sport Club da vizinha freguesia de Figueiró no Campo deste último.

Ás 2, 40 entra em campo o F.S.C. e em seguida, entra o S.C.S.C., tendo como árbitro o Snr. Queirós Costa e logo a seguir o árbitro apita e os grupos alinham-se, tendo primeiro trocado entre os capitães os cumprimentos de estilo, trocando entre si um ramo de flores, deitando-se a sortes toca a escolha do campo ao Figueiró, assim como a bola; novo apito e F.S.C. dá o seu kik off que segue para o campo do S.C. levado pelo seu médio direito, que Vieira Coelho inutiliza e o leva até às redes do Figueiró que os seus defesas logo inutilizam, o jogo agora é feito no campo do S.C. obrigando os seus defesas assim como o guarda redes a um trabalho constante.

A 20 minutos de jogo o médio direito numa avançada marca o 1º golo contra o S.C. devido ao guarda redes e o bek esquerdo estarem um pouco descuidados.

Bola ao centro e ei-la no campo do Figueiró levada pelo asa direita do S.C. e o esférico sai pelo canto que dá resultado de ser marcado um corner que Júlio Coelho chuta e mete o 1º golo nas redes do Figueiró, este golo por imprevidência de um dos do Figueiró é que entrou dentro das redes.

De novo a bola ao centro, e o S.C. toma conta dela por intervenção de Baptista que Vieira Coelho leva de novo às redes do Figueiró, marcando o árbitro novo golo a favor do S.C. que depois não é validado, e assim termina a primeira parte do jogo, aplaudido pela enorme assistência.

2ª PARTE - Soa novo apito e agora a bola pertence ao S.C. que o centro manda para o ponta direita que envia a Vieira Coelho que a leva até ao campo do Figueiró e o árbitro marca free kik contra o S.C. que não dá resultado e a bola agora dos de Figueiró seguem até baixo com uma esplêndida avançada do centro, que resulta corner que é inutilizado pelo defesa direita do S.C. Armando Cardoso que dá em penalty que Armando Soares numa bela defesa inutiliza, novos corners contra o S.C e Figueiró que resultam improfícuos, e assim terminou os últimos 45 minutos.

Resumo - Muito mau jogo de parte a parte, precisando os dois grupos de um aturado treino, a arbitragem do Srn. Queirós Costa imparcialíssima na primeira parte, e na segunda deixou muito a desejar no entanto temos de lhe fazer a justiça que merece, é conhecedor das regras do jogo.

S.C.S.C. - Armando Soares, Armando Cardoso, Bessa, Mota José Cunha Gouveia, Vieira Coelho, Joaquim Cunha, Julio Vieira, Teixeira, Baptista.

F.S.C. - Santos, Pinho, Rebelo, Magalhães, Costa, Pinheiro, Lemos, Taveira, Silva, Domingos Pinheiro, deixamos de mencionar o avançado centro por não nos ser dado o nome dele; assim como um dos seus juízes de campo pelo mesmo motivo.

Juiz de campo do S.C.S.C. - José Taveira, redactor fotográfico, Teixeira da Fonseca.

A direcção do S.C.S.C., pede-nos para aqui expressar o seu vivo reconhecimento ao Exm. Srn. Padre Alberto Pinheiro, a inesquecível recepção com que os distinguiu e eu junto as minhas gratidões a Sua Exc.ª pela maneira gentil e cativante com que me distinguiu."

 

Dava-se assim notícia pública da existência do Santa Cruz Sport Club [1], o primeiro clube desportivo da nossa terra. Este primeiro jogo deverá ter sido realizado não no dia 5 de Janeiro, como à primeira vista pode parecer, mas no Domingo anterior (dia 30 de Dezembro) ou então no dia 1 de Janeiro, feriado nacional. Aos sábados trabalhava-se e, por isso, não era crível que houvesse jogo e, muito menos, uma enorme assistência. Consultando a Flor do Tâmega ao longo dos anos seguintes, verifica-se que os jogos dos vários clubes de que há notícia eram sempre realizados ao Domingo. O Santa Cruz nasceu pois em 1923. Este ano marca igualmente o nascimento do futebol no concelho de Amarante, já que há notícias também do aparecimento do Amarante Foot-Ball Club, do Industrial Sport Amarantino e, obviamente, do Figueiró Sport Club.

No dia 24 de Fevereiro de 1924 inaugurava-se o Campo de Jogos do Santa Cruz. Ficava situado em Ataíde, junto à Capela de Pinheiro. No jogo realizado com o Sporting Club Lixense, a equipa de Vila Meã saiu vitoriosa por 2-0. Segundo Arcar, "os dois grupos trabalharam bem, fazendo muito bom jogo de parte a parte". E acrescentava na sua crónica: "A assistência que era muita, vitoriou o Santa Cruz pelo seu triunfo. Arbitrou este match o representante do Janeiro Desportivo".

No dia 9 de Março, deslocou-se à Lixa o 1º team do clube para se defrontar novamente com o Sporting Club Lixense. O jogo, segundo Arcar, "foi péssimo deixando muito a desejar de parte a parte". O articulista também não gostou do comportamento da assistência, a qual vaiou e assobiou os rapazes de Vila Meã. Aconselhava, por isso, o clube local a manter na linha os seus associados, caso contrário não encontrariam adversário que se quisesse bater com ele. Os golos do clube da casa, como noticiava outro correspondente da Flor do Tâmega, que assinava P., foram obtidos por Sousa (depois de ter carregado o keeper do Santa Cruz) e Avilez. A arbitragem esteve a cargo de Domingos Teixeira Pinto.

Quem não gostou dos reparos feitos por Armando Cardoso foi D. José d'Avilez, capitão do S.C.L.. Em carta datada de 20 de Março, dirigida ao director da Flor do Tâmega (à época, Pedro Carneiro), desmentia a notícia, afirmando que quem jogou mal a 2ª parte foi o Santa Cruz e que "os jogadores do Porto, perdão, de Vila Meã", não foram apupados; contrariando ainda Arcar, afirmava que os jogadores do Santa Cruz já haviam convidado os do Lixa para novo encontro.

Armando Pereira Cardoso replica na edição de 30 de Março do mesmo jornal. Considerando que D. José d'Avilez lançara sobre si "o labéu de falsário", encerrava a polémica devolvendo-lhe "muito perfeito e intacto" o mesmo epíteto. O capitão do clube da Lixa não aceitou o fim da polémica e em nova e violenta carta dirigida ao director da Flor do Tâmega, a dado passo afirmava:

 

"O Sr. Arcar não percebe que defende uma causa morta e o nome dum clube falido que, não possuindo jogadores, os aluga no Porto, nas vésperas dos desafios, a tanto por cabeça, com viagens e hospedagens pagas, enquanto eu me honro em defender as cores dum clube perfeitamente organizado, que tem conseguido, graças a um trabalho perseverante, conquistar na região uma fama justificada.

Acerca da «piada» do sr. Arcar sobre «os pergaminhos e brasões» limito-me a responder que é mais natural e honrado ver um fidalgo capitanear um grupo de futebol que ver um analfabeto a escrever nos jornais criticas desportivas".[2]

 

A polémica acabaria por afastar Armando Pereira Cardoso da Flor do Tâmega. A partir de 27 de Abril, a correspondência passa a estar a cargo de Anto, cujo verdadeiro nome se desconhece.

É justamente Anto que dá notícia de um encontro realizado no dia 8 de Junho entre o Santa Cruz Sport Club e o Santa Cruz Sport Club do Porto [3] cuja vitória coube aos Vilameanenses por 3 a 2. Segundo Anto, no final do jogo, "Os jogadores Vilameanenses trataram com toda a delicadeza, dispensando-lhes todas as atenções, os seus adversários, já então vencidos, não permitindo que fossem feitas manifestações de agrado a si, vencedores, mostrando assim não seguirem o exemplo recebido dos Lixenses, quando com eles se bateram na Lixa, o que aplaudimos".

Inevitável e muito esperado era o confronto entre a equipa de Vila Meã e o Amarante Foot-Ball Club. O jogo teve lugar no dia 13 de Julho de 1924 e foi assim descrito por Anto:

 

"Vila Meã, 15

 

Domingo último. Tarde de Julho ardente, serena e pura. Lá em cima, na parte alta desta vila muito meã e pacata, aglomerava-se grande quantidade de povo. Falava-se, faziam-se cálculos e discutia-se animadamente. Esperava-se alguém. Na branca torre de Ataíde triste o relógio sete horas dá, ficando todos convencidos que são 19 horas.

Ouve-se ao longe o ruído de automóveis e carros que pouco e pouco se vão aproximando. É o Amarante Foot-Ball Club que chega, fazendo-se acompanhar de um numeroso e selecto grupo de amigos. Vai travar-se um desafio entre este grupo e o Santa Cruz Sport Club.

São 17 e meia horas. Entram no Campo os dois grupos, trocam-se os cumprimentos do estilo e o jogo principia, que de lado a lado é algo violento. Alguns minutos decorridos e o Santa Cruz mete o 1º golo. Continua o jogo, novo golo mas desta vez é o Amarante que o mete nas redes. Mais 2 golos que pertencem um a cada grupo, metidos alternadamente, e assim termina o jogo, ficando a 2-2, não havendo por isso vencidos nem vencedores. O árbitro, amador, mas conhecedor do jogo foi imparcial.

No final foi servido ao Amarante na sede do Santa Cruz um copo de água, trocando-se de parte a parte amistosos brindes. Que novos desafios se realizem entre os mesmos grupos e que impere sempre a máxima harmonia são os desejos de todos, alem de que as duas localidades, pelas suas tradições, não podem ter uma aproximação completa como era de desejar. Vila Meã, outrora sede do antigo concelho de Santa Cruz, tem arvorada em seu seio a Cruz Santa que lhe deu o nome, e que todo o Vilameanense abriga em seu coração, ao passo que em Amarante há o antagónico brejeiro que há alguns anos voltou de novo à sua terra num dia de Junho, a que nós vimos com toda a sua comitiva nas festas de S. Gonçalo daquela ocasião."

 

Também o jornal Porto Sportivo, na sua edição de 13 de Julho (o dia do encontro), se referiu ao jogo. O anónimo correspondente Amarantino afirma na sua crónica ter sido mal anulado um golo ao Amarante. Quanto à composição das equipas, dizia: “Pelo Vila Meã jogaram 9 jogadores do Porto, sendo alguns de 1.as categorias; Pelo Amarante também jogou um jogador de 1.as categorias do Porto”.

Embora rivais, era manifesto o respeito entre os dois clubes. Prova disso foi o convite feito ao Santa Cruz para se fazer representar na homenagem ao presidente do Amarante Foot-Ball Club, Pompeu Antero da Cunha Brochado, precocemente desaparecido (tinha apenas 19 anos quando faleceu), homenagem que teve lugar em S. Martinho de Recesinhos, donde o jovem fundador do A.F.C. era natural.

Nessa homenagem, ocorrida no dia 30 de Março, esteve presente, e usou da palavra, Armando Teixeira Soares, presidente do clube Vilameanense. No cortejo que saiu da igreja paroquial de S. Martinho em direcção ao cemitério ia a bandeira do Santa Cruz com um fumo preto. No bouquet de flores que Armando Teixeira Soares depositou no túmulo do jovem Pompeu, estava escrito: "Em homenagem ao grande sportman Pompeu Brochado, oferece o S.ta Cruz Sport-Club".

Depois do referido encontro com o Amarante Foot-Ball Club, o Santa Cruz parece ter feito um interregno de alguns meses na sua prática desportiva, a fazermos fé na ausência de notícias na Flor do Tâmega.

No início de Janeiro, mais precisamente no dia 4, teve lugar a eleição dos corpos gerentes para o ano de 1925. Eis a lista eleita:

 

Direcção

Presidente - Heitor Ferreira de Figueiredo Leitão

Vice-Presidente - José António Teixeira de Bessa

1º Secretário - António Pinto de Oliveira

2º Secretário - José Baptista Teixeira

Tesoureiro - Joaquim Pinto de Magalhães

Vogais - Bernardo Mota e Francisco Monteiro de Queiroz

 

Assembleia Geral

Presidente - Bruno José Taveira

Vice-Presidente - Justino da Silva Cunha

1ºSecretário - Bento Coelho de Magalhães

2º Secretário - Alberto Ferreira de Figueiredo Leitão

 

Conselho Fiscal

António Gonçalves de Bessa Ribeiro

Armando Teixeira Soares

José Joaquim Taveira

 

Com esta nova direcção, grandes expectativas foram criadas. Isto mesmo dizia Anto, na Flor do Tâmega, porquanto "os seus componentes são empreendedores e amigos da sua terra, não dispensando porem a valiosa coadjuvação da briosa mocidade Vilameanense e de todos os seus conterrâneos".

Uma semana após a eleição realizou-se no campo do Santa Cruz novo encontro entre esta equipa e o Sporting Club Lixense. Em disputa estava uma taça oferecida por José Joaquim Taveira. Perante grande assistência, o Santa Cruz venceu o clube da Lixa por 1-0. Durante o encontro houve um episódio desagradável entre o ponta esquerda do S.C. Lixense e o guarda redes local. Quando o primeiro carregou sobre o keeper, caiu desamparadamente para trás sendo conduzido imediatamente à Lixa. Segundo Anto, "a assistência Lixense, prevendo a derrota, portou-se sempre, como é seu uso e costume", isto é, mal.

No Domingo seguinte, dia 18, os dois clubes voltam a encontrar-se. O desafio, considerado de desforra, esteve anunciado para o campo do Mancelos Sport Club (campo da Boavista), mas acabaria por ter lugar na Lixa. Embora a Flor do Tâmega, na sua edição de 25 de Janeiro, dê conta de que o jogo se realizou (prometendo uma crónica para a edição seguinte, que, porém, não chegaria a publicar), do resultado nada se sabe.

Nessa mesma edição do jornal, diz-nos Anto que o Santa Cruz iria ter "casa apropriada para as suas reuniões", isto é, uma sede. E acrescentava: "Folgamos muito com a notícia e estimamos que seja um clube modelo. É de toda a conveniência que não entre lá o jogo. O jogo vicia e desacredita. Em seu lugar uma boa biblioteca. Mantenham a norma seguida, não inscrevendo sócios analfabetos. Depois dêem-lhes livros, muitos livros, e ...entre eles o «Olivença»".

No dia 22 de Fevereiro realizaram-se dois encontros de futebol no campo do Santa Cruz. Como o dia 22, dia de feira, calhava ao Domingo, grande polémica se daria em Vila Meã com as pessoas a dividirem-se acerca da realização da feira. O certo é que ela teve mesmo lugar, coincidindo, pois, com a realização de dois jogos de futebol. Para o Santa Cruz foi um dia aziago. Vejamos a crónica de Anto:

 

Vila Meã, 24

Futebol - Feira - Desordem

 

“Realizaram-se no domingo passado dois desafios de futebol no Campo de jogos do Clube desta localidade. O primeiro entre a União de Paredes e o Santa Cruz daqui. O segundo entre dois grupos do Porto. O União abandonou o Campo antes de terminar o jogo, e como por fatalidade se realizou também no mesmo dia a feira dos «vinte e dois» a assistência «externa» era mais numerosa, e intervindo no jogo travou acesa discussão, chegando a haver troca de tabefes, valendo muito a intervenção da Guarda Republicana, em policiamento á feira, que com ameaça de algumas coronhadas e distribuição [de] espada pôs termo ao conflito, que se isso não fosse teria assumido graves proporções. As feiras ao domingo quase sempre dão isto. Os feirantes, na sua maioria, vêm mais para a pândega do que para negociar; havendo ainda outros que frequentam estas feiras com o fim único de se atirarem ao «verdasco».

Ora se há uma lei que proíbe a venda do vinho a menores e obriga os estabelecimentos de venda de vinho a encerrarem ás 21 horas, não faz sentido que se permitam as feiras naqueles dias, que do grande número de borrachões são elas as que dão o maior contingente, e obrigam a transgredir a lei do descanso hebdomadário.

Consta-nos que vai ser entregue às entidades competentes uma petição nesse sentido, assinada pelo comércio local, proprietários, e membros das juntas de Real e Ataíde, sendo de toda a justiça que essa petição seja atendida."

 

Na sequência destes acontecimentos, o presidente da direcção do Santa Cruz apresentou a sua demissão. O gesto de Heitor Ferreira de Figueiredo Leitão seria seguido por diversos sócios. Sem presidente e (provavelmente) sem direcção, o Santa Cruz acabaria por desaparecer enquanto agremiação desportiva autónoma. No final do ano aparece unido ao clube de Mancelos naquele que foi o efémero União Mancelos Santa Cruz Sport Club. No dia 29 de Novembro de 1925, no campo da Boavista (Mancelos) este clube disputou e venceu por 4-0 um encontro com o Canavezes Sport Club. Os golos foram marcados por Fita, Manoel, Olímpio e Fernando. Nada mais se sabe sobre o clube.

Um último apontamento: no dia 10 de Janeiro de 1926 realizou-se na Lixa um encontro entre o clube local e uma selecção de jogadores de Mancelos, Vila Meã, Figueiró e Vila Real. A vitória foi para os da casa por 3-1, repetindo a de alguns dias antes (não se sabe a data certa), em Mancelos, por um concludente 8-0.

Foi assim o início do futebol em Vila Meã. Há outros dados, no entanto, que importa conhecer para se fazer uma história mais completa do Santa Cruz Sport Club. Desconhece-se, por exemplo, a data oficial da sua fundação (embora deva ter ocorrido em 1923) e as suas cores oficiais. É provável que em algumas casas (nomeadamente nas dos dirigentes) ainda haja cartas, fotografias ou outros documentos que possam ajudar a fazer mais luz sobre o nosso primeiro clube. Depois do desaparecimento do Santa Cruz Sport Club, longos anos se seguiram até que a nossa terra voltasse a ter oficialmente um novo clube; é certo que houve ainda um efémero Vila Meã Sport Club mas só em Setembro de 1944, por influência brasileira e com as cores do Flamengo, do Rio de Janeiro, é que nasceria o Atlético Clube de Vila Meã.



[1] Em algumas edições da Flor do Tâmega o nome do clube surge como Sport Club de Santa Cruz, mas o nome oficial deveria ser Santa Cruz Sport Club, não só por aparecer com maior frequência, mas sobretudo por ser esse o nome inscrito no cartão que acompanhava o bouquet de flores depositado por Armando Teixeira Soares, presidente da direcção, no túmulo do ex-presidente do Amarante Foot-Ball Club, Pompeu Brochado, de cujo texto se dá conta neste artigo. O jornal Porto Sportivo refere-se também ao clube de Vila Meã como Santa Cruz Sport Club.

[2] A acusação de José de Avilez, segundo o qual o Santa Cruz jogava com jogadores estranhos ao clube (que não era falsa, a fazer fé numa crónica do Porto Sportivo), iria repetir-se com outros adversários. Foi o caso do jogo que opôs o S.C.L. ao S. Tiago Sport Club. José de Avilez acusava a equipa de Figueiró de jogar apenas com três jogadores da terra. Segundo a direcção do S. Tiago esta acusação era falsa; esta mesma direcção, por sua vez, acusava os da Lixa de jogarem com dois "elementos estranhos", "o ponta esquerda e o meia ponta direita", justamente os homens que fizeram a diferença, já que foram eles os autores de dois golos de derrotaram a equipa de Figueiró.

[3] É bem provável que haja aqui um erro de tipografia; deverá tratar-se, afinal, do conhecido Sport Club do Porto.

 

 

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