Vila Meã, uma terra com história...

Largo Carlos Freitas

LARGO CARLOS FREITAS

(c) António José Queiroz

 

Situado entre a Rua Dr. Joaquim da Silva Cunha e a Rua de Santa Cruz de Riba Tâmega, o Largo Carlos Freitas (popularmente designado por Largo do Pelourinho) recorda um prestigiado farmacêutico (da histórica, e agora em ruínas, Casa da Botica) que foi também proprietário da antiga Padaria Vilameanense, estabelecimento comercial que durante anos esteve num edifício que foi demolido para aí se construir o actual Centro de Saúde de Vila Meã.

É neste Largo que se situam os antigos Paços do Concelho de Santa Cruz de Riba Tâmega (ou, como costumava designar-se, Casa do Foral da Vila e Concelho de Santa Cruz de Riba Tâmega), edifício dos inícios do século XVII, tempo em que D. Duarte de Castelo Branco, meirinho-mor do reino e vedor da fazenda, era senhor desta terra. De traço neoclássico, o edifício foi inaugurado, segundo afirma o corregedor da comarca de Guimarães, Francisco Xavier da Serra Craesbeeck, em 1607. Era então juiz do concelho Luís Simão Fernandes. Essa data, diz Craesbeeck, estava inscrita numa pedra do patim da escada. Nesse edifício, em boa hora restaurado, funciona actualmente a Biblioteca de Vila Meã. É provável (e desejável) que venha a ser aí instalada a sede da Junta de Freguesia de Vila Meã. A ser concretizado este desejo dos vilameanenses, espera-se que a Biblioteca seja transferida para a casa onde nasceu a ilustre escritora Agustina Bessa-Luís, que fica praticamente a seu lado.

Em frente à antiga casa municipal, ergue-se o Pelourinho de Santa Cruz de Riba-Tâmega cuja primitiva composição deverá ser contemporânea desse edifício. Desmantelado pela população aquando da extinção do concelho (24/10/1855), as suas pedras foram escondidas na casa da Quintã. Por iniciativa do Eng. Pedro Alvellos, que foi presidente da Comissão de Turismo da Serra do Marão e vereador da Câmara Municipal de Amarante, o Pelourinho (que é considerado imóvel de interesse público pelo Decreto nº 23122, de 11/10/1933) foi recuperado na década de 50 do século passado. Do original restavam apenas a base, a coluna e parte do colunelo do meio, que servia de pé a uma mesa. Na sua forma actual, é composto por plataforma de três degraus quadrados; base, de degrau quadrado, com bordos superiores chanfrados; coluna cilíndrica, lisa, tendo no topo um pequeno anel saliente; remate por ábaco quadrangular, de forte espessura, tendo quatro elementos cantonais, constituídos por base prismática quadrangular, com remate piramidal. Ao centro emerge volumoso tronco de pirâmide quadrangular, apoiada em base prismática de pequena dimensão.

Carlos Alberto Rebelo de Freitas (assim era o seu nome completo) nasceu na freguesia de Santa Cristina de Figueiró, no dia 2 de Novembro de 1883. Era filho de Miguel Augusto Freitas da Silveira e de D. Joaquina Augusta Teixeira Rebelo (ambos da dita freguesia), neto paterno de Jacinto de Freitas e de D. Balbina Rosa da Silveira, e neto materno de João Inácio Rebelo e de D. Ana Joaquina. Casou na Igreja de Ataíde, a 19 de Novembro de 1908, com D. Maria Leonor de Queirós Lencastre. Dos nove filhos que houve deste casamento, o mais famoso foi sem dúvida o inesquecível e saudoso médico Dr. José Eduardo de Lencastre Freitas (Real, 15/12/1916 – Ataíde, 3/1/1996), cujo nome continua à espera (e já tarda) de figurar também na toponímia da nossa terra.

Foi sobretudo a Carlos Freitas (e a António Pinto Marques) que Vila Meã ficou a dever um importante melhoramento: a luz eléctrica, inaugurada, com pompa e circunstância, no dia 18 de Março de 1928.

Carlos Freitas faleceu em Real, no dia 21 de Março de 1934. Está sepultado, em jazigo de família, no cemitério desta antiga freguesia de Vila Meã.

 

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