Vila Meã, uma terra com história...

D. ANA GUEDES DA COSTA

(Com actualizações, Julho/2013)

 

Filha do desembargador Joaquim Guedes de Carvalho e Menezes (da Costa), nasceu D. Ana José Guedes da Costa, em Luanda, em 14 de Dezembro de 1860 mas, por laços familiares, está intimamente ligada a Vila Meã. Pertencente à nobre família dos Guedes da Casa da Costa, em Mancelos (Camilo Castelo Branco conheceu e lidou com alguns deles), D. Ana Guedes da Costa, legítima representante dos Condes da Costa, foi uma verdadeira fidalga de sangue e de maneiras; por isso mesmo não desprezou o povo, não fechou os ouvidos nem o coração aos párias, aos humildes e desprotegidos.

Pelo contrário: todas as angústias, dores e misérias do mundo, encontraram eco no seu coração diamantino. Sempre viveu mais para os outros do que para si mesma.

Mereceu como ninguém a Placa de Honrada Cruz Vermelha por tantos serviços que prestou no hospital daquela instituição (o tratamento do tifo e de doentes com pneumónica).

Na Casa da Costa, durante a epidemia da pneumónica ou gripe espanhola, em 1918, instalou os doentes, com risco para a própria vida, tendo sido contagiada pelo terrível mal.

Desempenhou, na Câmara Municipal do Porto, funções de Vereadora de forma humana, atendendo sempre todos os pedidos que lhe eram feitos. Foi proclamada Cidadã Honorária pela Câmara do Porto em reunião do 29 de Dezembro de 1944; e porque foi a primeira Senhora da alta sociedade do Porto diplomada oficialmente como Enfermeira, à Escola Superior de Enfermagem desta cidade foi dado o nome de D. Ana Guedes.

Foi benemérita do Hospital de crianças Maria Pia, a quem salvou da decadência com a receita da venda de alguns bens patrimoniais; esteve também na origem da criação do Instituto de Oncologia do Porto.

Faleceu em 11 de Outubro de 1947, ao cabo de uma súbita e curta doença, com oitenta e sete anos de idade, indo a sepultar, no dia seguinte, no jazigo dos Generais, no Cemitério de Mancelos.

Nem sempre os mortos esquecem depressa, razão pela qual a ANTO pretende homenagear tão ilustre Senhora durante este ano, dado que é para todos nós um orgulho termos ligada à nossa terra uma pessoa com tão raro exemplo de vida e de serviço ao próximo. Como disse Antero de Quental:

Rezemos baixinho : Dorme...

Dorme o teu sono, coração liberto,

Dorme na mão de Deus eternamente!"

 

A Direcção da ANTO

In: Jornal de VILA MEÃ - nº. 31 – Janeiro de 2002 - pág. 8.

 

ACTUALIZADO
(JULHO/2013)



Caros Senhores,

Na qualidade de sobrinho bisneto da Senhora Dona Ana Guedes da Costa tenho o prazer de informar que a fotografia que lhe é atribuída não corresponde à sua verdadeira identidade. A verdadeira fotografia da minha Tia é a que junto em anexo assinalada por um círculo vermelho.

Poderei enviar fotos de família, caso o desejem, que comprovam esta minha informação. 

Com os melhores cumprimentos,

Carlos Manuel Sequeira Braga Pimentel

 

Ex.mo Senhor

Muito obrigado pela informação/rectificação... obviamente, e não pela razão que refere, gostaríamos (enquanto vilameanenses e interessados pelas coisas e personalidades da nossa terra) que nos facultasse, se nisso não visse(m) inconveniente, outras fotografias e/ou documentos que nos ajudassem a dar a conhecer a Senhora Dona Ana Guedes Costa.

 

Caro Senhor Joaquim Queirós,

Muito obrigado pela sua resposta e atenção prestada ao assunto. Já pude verificar que a rectificação foi tomada em consideração. Terei muito gosto em corresponder ao vosso pedido e em breve enviarei alguns documentos fotográficos referentes à minha Tia, datados de 1939.

Quanto a documentos, pouco mais poderei acrescentar ao que o vosso Site revela. Aliás, aproveito para manifestar o meu imenso apreço ao vosso trabalho de divulgação de Vila Meã e a preocupação em homenagear os vilameanenses ilustres.

 Cumprimentos,

CSBP

 

Caro Senhor Joaquim Queirós,

Correspondendo ao vosso pedido, tenho o prazer de enviar alguns testemunhos fotográficos relativos à minha Tia-Bisavó e aproveito para fazer uma rectificação quanto à identificação de seu pai, Joaquim Guedes de Carvalho e Menezes (da Costa) e não Joaquim Guedes da Costa Carvalho e Menezes, conforme consta no vosso portal. Este familiar era sobrinho de D. Ana Guedes de Carvalho e Menezes (da Costa). Junto envio fotocópia do documento comprovativo constante no portal “GeneAll.net”. “Costa” no seu sobrinho é apelido e “Costa” no seu pai é título nobiliárquico.

 

Achei que pudesse ter interesse juntar fotos inéditas (1939) do Solar da Costa, por ter sido transformado em hospital durante a grave epidemia denominada “Pneumónica”, por desejo da sua proprietária D. Ana. Este facto consta nos registos do vosso portal, mas não existem fotos do referido solar “Hospital”.

 

Outra faceta do carácter de D. Ana que julgo interessante revelar, foi o facto de ter sido proprietária e administradora de uma fábrica de cartonagem no Porto, tornando-se assim a 1ª industrial feminina em Portugal. Esta iniciativa deveu-se à necessidade de obter meios financeiros para o restauro e manutenção do seu solar, bem como para sustentar as suas obras de benemerência. É bom que se saiba que ela herdou um solar de família praticamente em ruinas e que os seus únicos meios de subsistência provinham do seu trabalho. Como se sabe, era solteira e não beneficiou de quaisquer proventos provenientes de um casamento.

Com os melhores cumprimentos,

CSBP

 

 

Ex.mo Senhor,

Agradeço os esclarecimentos e contributos... muito brevemente farei as rectificações que se impõem e disponibilizarei, se não vir inconveniente, as fotos e informação transmitida.

Uma vez mais, o meu muito obrigado.

Cumprimentos.

JQ

 

 

Caro Senhor Joaquim Queirós,

Pode usar toda a informação que lhe enviei da forma como entender. Foi com muito prazer que pude modestamente contribuir e é com gratidão que felicito a vossa divulgação.

Quando eu puder revisitar Vila Meã terei muito prazer em cumprimentá-lo pessoalmente.

Sempre ao vosso dispor com amizade,

Carlos Pimentel
 

 

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